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Ataques de 8 de janeiro: as perguntas ainda sem respostas um ano depois

Crédito, JOEDSON ALVES/ANADOLU AGENCY VIA GETTY IMAGES

  • Author, Mariana Schreiber
  • Role, Da BBC News Brasil em Brasília

O ato no Congresso pretende reunir, além de Lula e seus ministros, os presidentes do Senado (Rodrigo Pacheco) e da Câmara (Arthur Lira), governadores de Estado e ministros do STF, como Luís Roberto Barroso (presidente da Corte) e Alexandre de Moraes (presidente do TSE, Tribunal Superior Eleitoral).

“Obviamente que o impacto foi muito negativo. Muitas pessoas, inclusive que já estavam pedindo o final dos inquéritos, passaram a entender que eles estariam legitimados depois dos atos do dia 8, embora nada possa legitimar esses inquéritos”, afirmou.

Na sua avaliação, o governo Lula falhou na contenção dos manifestantes, permitindo à esquerda “um aproveitamento desse episódio”.

Já o governo Lula rebate esse argumento dizendo que a principal falha da proteção da Praça dos Três Poderes veio da polícia do Distrito Federal, então sob comando de Anderson Torres, ligado a Bolsonaro.

“Esses atos só trouxeram desgaste. E, é claro, a esquerda está se aproveitando disso e distorcendo os fatos”, disse Kicis.

“Começaram a chamar de golpe. Onde já se viu golpe de pessoas desarmadas num domingo onde nenhuma autoridade estava presente. Bom, isso é o famoso crime impossível”, continuou.

Ainda assim, um ano após o 8 de janeiro, a deputada está confiante na força eleitoral da direita e na capacidade de Bolsonaro alavancar candidatos municipais.

Para Kicis, “as pessoas não são burras” e teriam entendido que não houve uma tentativa de golpe naqueles atos.

“A gente sabe que, apesar de inelegível, o presidente Bolsonaro transfere votos como ninguém. A participação ativa dele para as eleições municipais vai fazer com que o PL cresça muito e que muitos candidatos de direita, vereadores e prefeitos, sejam eleitos”, prevê.

Como está o debate sobre a regulação das redes sociais?

Os ataques do 8 de janeiro reforçaram a pressão do governo Lula e de setores da sociedade por uma maior regulação do meio digital, já que redes sociais foram usadas tanto para instigar e articular os atos extremistas, como para transmitir as ações em tempo real.

Não houve, porém, grandes avanços nesse tema, já que a principal proposta legislativa, o chamado PL das Fake News, sofre grande resistência das plataformas digitais e de grupos que veem risco de censura na regulação das redes.

A empresa disse ainda que o texto criava “um sistema que pode incentivar abusos, permitindo que pessoas e grupos mal-intencionados inundem nossos sistemas com requerimentos para remover conteúdos sem nenhuma proteção legal”.

O projeto de lei foi aprovado em 2020 no Senado, mas depois empacou na Câmara.

Nos primeiros meses de 2023, houve nova tentativa de votar a proposta, em reação aos atos de 8 de janeiro e a uma sequência de ataques violentos em escolas, que seriam estimulados por conteúdos que circulam em redes sociais.

No entanto, mesmo com apoio do governo Lula e do presidente da Câmara, o PL das Fake News não foi à votação, devido à falta de apoio suficiente para aprová-lo.

A expectativa é que o tema volte à pauta do Congresso neste ano.

Para a especialista em direito digital Bruna Santos, integrante da Coalizão Direitos na Rede, é “urgente” avançar com a regulação das redes sociais no país.

“O PL 2630 (PL das Fake News) se dedica a estabelecer um novo grupo de regras mínimas para as plataformas, como elaboração de relatório de Transparência, mais informações sobre quem contrata anúncios ou impulsiona determinados tipos de conteúdo online e também trazer uma via um pouco mais forte para proteção de crianças e adolescentes ou a proteção de democracia no Brasil”, ressalta.

“Quem tenta arguir que o PL 2630 é um texto de censura, infelizmente, acredito que são pessoas que querem de fato atentar contra a democracia ou promover conteúdos nessa linha cinzenta entre conteúdos anti-democráticos ou uma simples crítica ao sistema político”, critica.

Apesar da não aprovação do PL das Fake News, a assessora especial de Direitos Digitais do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Estela Aranha, disse à BBC News Brasil que houve avanços importantes por parte do governo para melhorar o combate a crimes nas plataformas, como a edição da portaria Escola Segura.

Essa portaria estabeleceu medidas para melhorar a comunicação entre as polícias de todo país e as plataformas sociais, sob coordenação da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Com isso, diz Aranha, as plataformas estão uniformizando canais de atendimento às autoridades competentes, enquanto as polícias estão sendo melhor qualificadas para fazer requisições às empresas.

A secretária, porém, avalia que os avanços são insuficientes.

“Não acho que as plataformas estão preparadas para as eleições. Não estão preparadas para os desafios da IA (inteligência artificial) generativa, por exemplo, para as deep fakes (uso de inteligência artificial para gerar vídeos falsos). Temos muita preocupação em relação às eleições”, diz.

No momento, o TSE trabalha em novas regras para coibir vídeos falsos, manipulados por Inteligência Artificial, nas próximas eleições.

Serão realizadas audiências públicas no final de janeiro para colher propostas da sociedade nesse campo.

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